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Intervenção do subsecretário regional das Pescas na inauguração da sede da associação de mulheres de pescadores da Terceira

Texto integral da intervenção do subsecretário regional das Pescas, Marcelo Pamplona, na inauguração, hoje em S. Mateus, da sede da Associação de Mulheres dos Armadores e Pescadores da Ilha Terceira: “Em primeiro lugar gostaria de transmitir a satisfação que o Governo Regional sente por poder estar aqui presente na ninauguração desta sede da Associação, neste bonito porto de São Mateus, bastião da tradição pesqueira regional. Não posso também deixar de dirigir uma palavra de apreço a todas as mulheres e homens que, com o seu esforço e empenho pessoal, contribuíram para concretizar o sonho de criar a Associação de Mulheres dos Armadores e Pescadores da Ilha Terceira. Quando a economia de uma comunidade gira à volta da exploração dos recursos piscícolas, o papel e participação das mulheres nalgumas fileiras desta actividade expressa-se, normalmente, numa presença discreta mas relevante, nas tarefas realizadas em terra, onde o produto da pesca e os seus resultados escapam muitas vezes ao controlo dos pescadores. Nos dias de hoje, já é possível constatar, na nossa Região, em muitas actividades relacionadas com o sector das pescas, uma marca indelével das mulheres que participam nos vários níveis da cadeia de produção pesqueira, desde a captura à transformação, passando pela comercialização do pescado, pelo apetrechamento das embarcações, pela preparação das artes de pesca para a faina e até pela gestão financeiras de empresas deste sector. Hoje todos tomamos consciência de que a presença das mulheres neste sector se constitui como sendo uma mais valia para toda a cadeia produtiva da pesca. Seja desempenhando as tarefas de armadoras ou tripulantes de embarcações, gestoras de empresas de pesca familiar, proprietárias de peixarias, ou simplesmente, trabalhando em entidades públicas ou empresas privadas, as mulheres ligadas ao sector das pescas já representam mais de um milhar de açorianas. Para os Açores é fundamental que as comunidades piscatórias reforcem o seu papel interventivo na definição de políticas para o mar, pelo que a formação desta associação é um passo em frente para a criação de mais sinergias que potenciam e valorizam este sector da nossa economia. O salto qualitativo que se verifica em todas as organizações ligadas à pesca é um sinal de que estamos no rumo certo, que permitirá não só acelerar a renovação de mentalidades, como a assunção de maiores responsabilidades, factores essenciais para a modernização e o futuro do nosso sector. A criação da Associação de Mulheres dos Armadores e Pescadores da Ilha Terceira representa um sinal de evolução do sector, pois só com a sobreposição do interesse colectivo ao individual é que sector piscatório se fortalecerá e se tornará mais coeso na nossa Região, o que trará grandes vantagens na organização das nossas pescas. Numa altura em que a nossa politica de pescas caminha para descentralizar mais tarefas nas associações do sector, é fundamental que as mulheres que estão ligadas às profissões da pesca e que são conhecedoras profundas das oportunidades e constrangimentos da sua profissão, possam participar, directa e activamente, nos processos de decisão relacionados com a gestão de todo o sector. Uma verdadeira política de desenvolvimento do sector das pescas deve ter sempre em conta o crescimento económico, a competitividade, o emprego, a protecção do ambiente e a segurança, e esta política só poderá singrar com o envolvimento de todos os parceiros do sector, sejam eles homens ou mulheres. É neste sentido que gostaria de vos alertar para a importância do papel das mulheres na pesca, fundamental para o progresso e modernização deste sector da nossa economia, pelo que o seu contributo deve ser sempre incentivado e valorizado por todos aqueles que fazem vida do mar. O Governo Regional estará sempre disponível e ao lado das mulheres e homens do mar, para apoiar iniciativas colectivas como esta, já que contribuem para o desenvolvimento de um sector que queremos que seja cada vez mais competitivo e autónomo. Concluo afirmando que os Açores precisam dos seus profissionais do mar e das suas famílias, porque está comprovado que as pescas, com as suas gentes, as suas embarcações e as suas infra-estruturas, constituem sempre uma mais valia cultural, social e económica para a nossa Região”.
2 de may, 2008 por Lotaçor